Astrônomos europeus anunciaram nesta segunda-feira a descoberta de 50 novos planetas fora do Sistema Solar. Entre eles, um que poderia ter água líquida, condição fundamental para o desenvolvimento da vida como a conhecemos.
Batizado de HD 85512b, o novo astro é uma das 16 super-Terras --nome dos planetas com massa entre uma e dez vezes a da nossa Terra-- localizadas pelo ESO (Observatório Europeu do Sul).
Situado a 35 anos-luz da Terra, o exoplaneta (nome dado aos astros do tipo fora do Sistema Solar) fica na chamada zona habitável.
"A zona habitável é a distância do planeta à estrela que ele orbita onde há condições de existir água em estado líquido. Isso varia conforme o tamanho e o brilho de cada astro", explica Gustavo Rojas, físico da Universidade Federal de São Carlos e responsável pela divulgação das ações do ESO no Brasil.
No caso do novo planeta, a estrela é menor e menos brilhante do que o Sol. Por isso, para haver condições que permitam ter vida, ele precisa ter a órbita mais próxima dela. O HD 85512b, no entanto, está quase no limite dessa proximidade. "Ele fica bem perto, no extremo da zona habitável", afirmou Rojas.
Para que o planeta não seja quente demais para a vida, é preciso uma condição especial. Ele tem de ser nublado, com pelo menos 50% do céu coberto de nuvens.
"As nuvens ajudam a refletir a luz solar, e isso auxilia no resfriamento da temperatura", disse o físico.
Mas, para saber como é a composição e a possível atmosfera do planeta recém-descoberto, ainda é preciso esperar. A geração atual de telescópios ainda não consegue captar essas informações.
Na opinião de Rojas, é preciso cautela. "O fato de o planeta estar na zona habitável não significa necessariamente que poderia ter vida. São coisas diferentes, é preciso salientar."
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